segunda-feira, 31 de março de 2014

As curiosidades do futebol paulista

Assim que o árbitro Marcelo Rogério sinalizou o término da primeira semifinal do Campeonato Paulista de 2014, o Santos chegava a impressionante marca de seis finais consecutivas, algo inédito na história do futebol do estado de São Paulo.

Já no ano passado, o Peixe, ao chegar à sua quinta finalíssima em seguida, superou a marca de quatro decisões do São Paulo entre os anos de 1980 e 1983, quando conquistou o título nas duas primeiras oportunidades, contra o próprio Santos e frente à Ponte Preta, e acabou perdendo as outras duas para o Corinthians da Democracia.

Se levarmos em conta a época dos pontos corridos no Campeonato Paulista, que foi utilizada de forma fixa até meados da década de 70, a maior marca de títulos e vices consecutivos também é do time da Vila Belmiro, que ficou nas duas primeiras posições durante oito temporadas seguidas, entre 1955 e 1962, sagrando-se campeão em seis oportunidades.

O fato mais curioso é que em 1959 houve uma decisão, pois Santos e Palmeiras empataram em número de pontos e tiveram de decidir em três jogos finais o título daquele ano no chamado Supercampeonato. Após dois empates (1x1 e 2x2) e uma vitória por 2x1, o alviverde levou a melhor e conquistou o título em cima do rival naquela que seria a ÚNICA FINAL da história entre Santos e Palmeiras até os dias de hoje.

A chance de uma revanche estava mais do que prevista para 2014, mas os deuses do futebol, como diz Mano Menezes, não permitiram. Ou melhor, Marcelinho, do Ituano, não permitiu, quando colocou a bola no canto esquerdo do goleiro Bruno na noite de ontem, aos 38 minutos do segundo tempo da segunda semifinal do Paulistinha.

Após quase 100 anos de clássico, Santos e Palmeiras deverão esperar um pouco mais para disputarem somente pela segunda vez uma finalíssima entre si.

Frente a um adversário menos badalado e teoricamente mais fraco, o time da Vila, que chega à sua sexta decisão em sequência, vê o 21º título estadual cada vez mais perto. E se depender das coincidências do futebol, o caneco pode estar garantido desde já. Isso porque desde 1998 o Peixe jamais deixou de levantar uma taça em ano de Copa do Mundo. Em 1998 conquistou a Copa Conmebol, em 2002 o Campeonato Brasileiro, em 2006 o Paulistão e em 2010 repetiu a dose com outro Paulistão e venceu pela primeira vez em sua história a Copa do Brasil.

Ano de Copa é ano de alegria para os santistas? Veremos em duas semanas... se os deuses do futebol permitirem.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Rosberg vence, Massa esbraveja e RBR vacila

A temporada 2014 da Fórmula 1 começou sem grandes surpresas em relação aos testes oficiais do começo do ano. Domínio dos carros com motor Mercedes e sucessivas quebras dos propulsores Renault.

Melhor para Nico Rosberg que logo na largada pulou da terceira para a primeira posição, posto que não deixou mais escapar durante toda a prova até a bandeirada final. Após 30 anos, o alemão vence no mesmo país o grande prêmio que seu pai conquistou na estreia da Austrália na Fórmula 1, embora em circuito diferente.

Lewis Hamilton, pole position e favorito à vitória, perdeu duas posições antes mesmo da primeira curva e em quatro voltas foi obrigado pela equipe a abandonar a corrida e salvar o motor, que apresentava problemas. Mais uma das novas regras para 2014, que permite a cada escuderia utilizar somente cinco motores por carro durante toda a temporada.

Estreia com final precoce

Felipe Massa vivia grande expectativa sobre sua primeira corrida pela Williams, que surpreendeu na pré-temporada e esteve sempre no pelotão de frente. Após um modesto nono lugar no treino classificatório, eis que surgiram as primeiras dúvidas em relação ao desempenho dos carros ingleses, ao menos na chuva. No domingo, o sol apareceu e devolveu a confiança de uma boa corrida para o brasileiro.

Entretanto, ele não teve mais do que meia reta para curtir seu primeiro grande prêmio pela nova equipe, após oito anos de Ferrari. Uma pena começar uma temporada tão promissora sendo atropelado por uma Caterham e vendo o fim de prova logo na primeira curva. Em teu semblante, eram claras a decepção e indignação com a manobra irresponsável do japonês Kamui Kobayashi.

Consolo

Se Felipe Massa não teve tempo nem de esquentar os pneus, restou ao brasileiro um fundo de esperança para o restante do ano. Isso porque seu companheiro Valtteri Bottas fez uma corrida e tanto, mostrando que o carro da Williams pode dar muito trabalho e brigar por alguns pódios. Mesmo largando da 15ª posição do grid, o finlandês chegou rapidamente ao top 10 do GP australiano e não tomou conhecimento de seus adversários, nem mesmo da Ferrari de seu compatriota e campeão do mundo, Kimi Raikkonen.

O excesso de confiança do piloto da Williams quase acabou com o sonho da equipe de pontuar na estreia do campeonato, mas a sua segunda recuperação na prova mostrou mais uma vez que o carro desta temporada está bem à frente de muita gente grande, como a própria Ferrari e a atual tetracampeã RBR.

Festa australiana dura pouco

E foi o time austríaco quem mais decepcionou durante todo o final de semana. Tudo começou com o desempenho pífio de Sebastian Vettel no treino de classificação, registrando apenas o 12º tempo. Na corrida, o abandono do alemão (novamente com problemas no motor Renault), antes mesmo de completar a quarta volta, deu fim a um grande prêmio para ser esquecido.

Na contramão do insucesso do principal piloto da equipe, o anfitrião Daniel Ricciardo vinha surpreendendo. Nos treinos, garantiu o segundo lugar no grid e manteve a posição durante toda a corrida. A torcida da casa fez grande festa e saudou o australiano como se tivesse vencido a prova. Nada mais justo para um jovem piloto que conseguia levar um carro cheio de problemas ao pódio frente ao seu povo.

Conseguia... pois, após a corrida, a FIA investigou e encontrou irregularidades no fluxo de combustível do carro número 3, que havia excedido consistentemente o limite de 100kg de gasolina por hora, infringindo uma das novas regras estabelecidas para temporada 2014.

McLaren volta ao pódio e Ferrari continua sem brilho

Enquanto a Mercedes desponta como favorita, a Williams promete incomodar e a RBR não sai do lugar, a McLaren finalmente voltou a subir no pódio após ficar a temporada de 2013 inteira sem alcançar sequer um quarto lugar. E logo de cara colocou os seus dois pilotos, o dinamarquês e estreante na categoria Kevin Magnussen e o inglês Jenson Button, para estourar o champanhe.

Já a mais tradicional equipe do paddock não foi mais do que uma figurante de grife em Melbourne. Com o quarto lugar de Fernando Alonso e o sétimo de Kimi Raikkonen, a Ferrari não foi capaz de amedrontar ninguém e acabou fazendo uma corrida bem discreta. Muito pouco para a escuderia mais vencedora da história da Fórmula 1 e para dois pilotos tão talentosos e que carregam o posto de campeões mundiais.