segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Novela chega ao fim: Ganso é, oficialmente, tricolor


Enfim, depois de cerca de um mês, houve, na última quinta-feira (20), um desfecho na negociação entre São Paulo e Santos sobre Paulo Henrique Ganso.

Ganso é recebido com festa pelos torcedores no Morumbi (Foto: Globoesporte.com)
Neste domingo, antes da partida do clube do Morumbi contra o Cruzeiro, uma coletiva de imprensa, seguida de uma apresentação oficial no gramado do estádio Cícero Pompeu de Toledo, com direito a volta olímpica no carrinho da maca, marcou a oficialização e as primeiras palavras de Ganso como jogador tricolor.

E logo de cara, o novo camisa 8 já mostrou que é pé quente: vitória do time paulista por 1 a 0, gol do pequenino Osvaldo, de cabeça.

Ambiente foi determinante para escolha do jogador

Se na Vila Belmiro a esperança sobre a volta por cima do garoto de 22 anos era muito baixa, no São Paulo a moral que o ex-santista imprimi logo na chegada é bem alta.

No Santos, a difícil relação entre jogador e diretoria foi determinante para o interesse do craque em mudar de time, uma vez que há pelo menos dois anos clube e atleta não se entendiam sobre uma possível renovação de contrato com direito a plano de carreira similar ao de seu parceiro e principal estrela do time, Neymar.

A queda de seu desempenho dentro de campo, ocasionada principalmente pelas seguidas lesões musculares e as três cirurgias no joelho, fizeram com que Ganso caísse na ira da torcida santista e fosse pressionado e vaiado constantemente.

Birra ou jogada de mestre?

Os seguidos “nãos” da diretoria do Peixe dados ao São Paulo irritaram, de certa forma, tanto os dirigentes tricolores, como jogador e os representantes da DIS, empresa que detém parte dos direitos econômicos de Ganso.

No começo, muito criticado, o presidente alvinegro, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, mantinha a postura e a promessa de não vender o jogador por um valor inferior à parte da multa a qual o Santos tinha direito.

Entretanto, o medo da oposição santista e dos torcedores era de o time do Morumbi desistir da negociação e o valor da multa rescisória do contrato do atleta cair consideravelmente em fevereiro de 2013, fazendo com que o clube perdesse dinheiro.

Mesmo assim, Laor, como é conhecido, não desistiu de defender os direitos do Santos e levou a negociação até quase o limite, restando apenas um dia para o fim das inscrições de atletas para o Campeonato Brasileiro da Série A deste ano.

Com isso, conseguiu fazer com que o São Paulo fizesse o pagamento dos quase R$ 24 milhões à vista e ainda que a DIS aceitasse a penhora do CT Meninos da Vila como forma de pagamento de parte da dívida de R$ 8 milhões que o clube tem com o grupo de investidores por não repassar parte dos valores de vendas anteriores de Wesley e André em 2010.

Talvez, essas recusas iniciais e toda a enrolação feita pelo Santos tenha feito sentido no final da história e sido benéfica para o clube do litoral, que sonha agora em usar o dinheiro da venda de Ganso para repatriar o atacante Robinho, hoje no Milan da Itália.

O que esperar do novo camisa 8 são paulino

Verdade seja dita, o Paulo Henrique Ganso do Santos de 2010 dificilmente voltará a aparecer, seja onde for que o atleta jogue.

Assim como todo apreciador do bom futebol e torcedor brasileiro, torço muito para a recuperação do atleta e que ele possa voltar a brilhar nos gramados do país e, principalmente, com a camisa amarela da seleção.

Para isso, a troca de ambiente foi inicialmente fundamental. Agora é preciso tratar suas lesões de forma correta e colocar a cabeça no lugar. Aos poucos, Ganso terá grandes chances de retomar sua carreira, embora HOJE ele seja, infelizmente, uma grande incógnita para o futuro.

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