quinta-feira, 5 de julho de 2012

Enfim, a América é do Corinthians

Sport Club Corinthians Paulista, campeão da Copa Libertadores de 2012 (Foto: Globoesporte.com)
Sorria, torcedor corintiano. A América é sua! O Timão é o novo campeão da Libertadores. E o estado de São Paulo, ao lado do Rio Grande do Sul, tem agora os seus principais representantes com o gosto de possuírem o principal título do continente.

O dia 4 de julho de 2012 não será nunca mais uma data qualquer para este clube, que viveu durante anos sob a chacota de seus rivais por jamais ter vencido esta competição. Pois é, agora acabou.

Mas, antes disso, foram precisas diversas eliminações e decepções para, finalmente, a segunda maior torcida do Brasil soltar o grito de campeão da Libertadores.

E veio do jeito que o corintiano gosta, na base do sofrimento e da superação.

Mais do que bater rivais, foi preciso superar dúvidas e questionamentos implantados pela mídia e pela própria torcida após o fiasco de 2011, quando o Timão sequer chegou à fase de grupos, perdendo para o, até então, desconhecido Tolima. Era preciso, então, que Tite mostrasse e valorizasse o seu trabalho que, por muitas vezes, fora questionado dentro do clube. E não é que conseguiu?

O começo da caminhada
Logo na estreia, em 15 de fevereiro de 2012, um gol salvador de Ralf, no último minuto contra o Deportivo Táchira, na Venezuela, dava as primeiras mostras de um time guerreiro e batalhador, que jamais desistiria de seu sonho e que cresceria jogo após jogo rumo aos céus, ou melhor, ao título. E assim foi, partida à partida na fase de grupos, que o time do Parque São Jorge e a Fiel torcida foram, juntos, criando forças e crescendo na competição.

Veio o mata-mata. Após vexame no Paulistão, caiu Júlio César. Chegou Cássio. Mal sabiam que, ali, uma nova história começaria a ser traçada. O, até pouco tempo antes, terceiro goleiro do time fechou o gol contra o Emelec e passou a dar confiança para a dupla de zaga, Chicão e Castán.

Veio o Vasco. Diego Souza teve a MAIOR CHANCE DE TODA A LIBERTADORES de eliminar o Corinthians. Cássio fechou o gol novamente e Paulinho, aos 42 do segundo tempo, deu o castigo merecido aos cruz-maltinos. Vitória sofrida, com cara de Corinthians, e vaga nas semis garantida.

E agora? O Santos de Neymar era o próximo desafio. A derrota era dada como certa. Mas pergunte ao Emerson Sheik se ele achava isso também. Depois daquele golaço, em plena Vila Belmiro, não haveria mais dúvida de que o atacante de 33 anos discordava totalmente desta “bobagem”.

No Pacaembu, um susto daqueles. Neymar fazia 1 a 0 para o Santos. Será? De novo? Eliminado dentro de casa e fim do sonho mais uma vez? Não! O Timão tinha Danilo e o camisa 20 fez o gol da classificação ainda no comecinho da segunda etapa. A partir dali, foi só administrar, pois o atual campeão da América, até então, não tinha mais forças para reagir e fazer o gol da eliminação corintiana.

A grande final
Dizem que para um time ser grande, ele deve derrotar adversários ainda maiores. E que tal, para um estreante numa final de Libertadores, bater logo de cara com um HEXACAMPEÃO do torneio? Nada mal.

Veio o Boca Júniors e, com ele, o mito da Bombonera e a estrela de Riquelme, que pouco fez durante os dois jogos da decisão. Mal sabiam que sairia do banco, com nome de CRAQUE, o jogador que mudaria tudo de uma hora para outra.

Romarinho, aquele que fez gol de letra e tudo mais em sua estreia contra o Palmeiras, em seu primeiro toque na bola, fazia o tento mais importante de sua vida: o de empate contra o Boca, em Buenos Aires.

Emerson brilha mais uma vez
Voltemos ao dia 4 de julho de 2012. Pacaembu, São Paulo.

Primeiro tempo típico de Brasil e Argentina. Brigado, disputado, tenso, nervoso. 0 a 0.

Resultado que poderia levar a decisão da Libertadores para a prorrogação ou até mesmo para os pênaltis.

Mas Sheik não queria isso. E não queria mesmo.

Após bate e rebate, Danilo, com um passe de calcanhar, colocou o camisa 11 na cara do gol de Sebastian Sosa... Emerson fez o que o corintiano mais esperava o jogo inteiro: GOL DO CORINTHIANS!

Se não bastasse, com o Boca já abatido e errando muito, o herói do Timão roubou a bola no meio de campo e partiu em velocidade, como de costume, e chegou na cara do goleiro argentino novamente... GOL! 2 a 0.

O Pacaembu, a cidade de São Paulo e o Brasil, em parte, pois a outra era totalmente contra, estremeciam. O Corinthians vencia a Libertadores pela primeira vez em sua história de quase 102 anos! E detalhe: DE FORMA INVICTA!

Como dizia a faixa de um torcedor no estádio Paulo Machado de Carvalho: “América, bem vinda à Favela!”

Um comentário:

  1. Ótimo texto Matheus. Apesar de saber de sua paixão pelo Santos, seu texto descreveu como o torcedor corinthiano se sente e não minimizou o merecimento do Corinthians.
    Para quem quer escrever sobre futebol, essa imparcialidade é importante, como eu fazia nos meus tempos de Rádio Gazeta e TV Cultura.
    Parabéns e continue sempre assim.
    Você tem futuro, seguindo os passos do seu tio...

    ResponderExcluir