A temporada 2014 da Fórmula 1 começou sem grandes surpresas
em relação aos testes oficiais do começo do ano. Domínio dos carros com motor
Mercedes e sucessivas quebras dos propulsores Renault.
Melhor para Nico Rosberg que logo na largada pulou da
terceira para a primeira posição, posto que não deixou mais escapar durante
toda a prova até a bandeirada final. Após 30 anos, o alemão vence no mesmo país o grande prêmio que seu pai conquistou na estreia da Austrália na Fórmula 1, embora em circuito diferente.
Lewis Hamilton, pole position e favorito à vitória, perdeu
duas posições antes mesmo da primeira curva e em quatro voltas foi obrigado
pela equipe a abandonar a corrida e salvar o motor, que apresentava problemas.
Mais uma das novas regras para 2014, que permite a cada escuderia utilizar
somente cinco motores por carro durante toda a temporada.
Estreia com final
precoce
Felipe Massa vivia grande expectativa sobre sua primeira
corrida pela Williams, que surpreendeu na pré-temporada e esteve sempre no
pelotão de frente. Após um modesto nono lugar no treino classificatório, eis
que surgiram as primeiras dúvidas em relação ao desempenho dos carros ingleses,
ao menos na chuva. No domingo, o sol apareceu e devolveu a confiança de uma boa
corrida para o brasileiro.
Entretanto, ele não teve mais do que meia reta para curtir
seu primeiro grande prêmio pela nova equipe, após oito anos de Ferrari. Uma
pena começar uma temporada tão promissora sendo atropelado por uma Caterham e vendo o fim de prova logo na primeira curva. Em teu semblante, eram claras a decepção e indignação com a manobra irresponsável
do japonês Kamui Kobayashi.
Consolo
Se Felipe Massa não teve tempo nem de esquentar os pneus, restou
ao brasileiro um fundo de esperança para o restante do ano. Isso porque seu
companheiro Valtteri Bottas fez uma corrida e tanto, mostrando que o carro da
Williams pode dar muito trabalho e brigar por alguns pódios. Mesmo largando da
15ª posição do grid, o finlandês chegou rapidamente ao top 10 do GP australiano
e não tomou conhecimento de seus adversários, nem mesmo da Ferrari de seu compatriota
e campeão do mundo, Kimi Raikkonen.
O excesso de confiança do piloto da Williams quase acabou com
o sonho da equipe de pontuar na estreia do campeonato, mas a sua segunda recuperação
na prova mostrou mais uma vez que o carro desta temporada está bem à frente de
muita gente grande, como a própria Ferrari e a atual tetracampeã RBR.
Festa australiana
dura pouco
E foi o time austríaco quem mais decepcionou durante todo o
final de semana. Tudo começou com o desempenho pífio de Sebastian Vettel no
treino de classificação, registrando apenas o 12º tempo. Na corrida, o abandono
do alemão (novamente com problemas no motor Renault), antes mesmo de completar
a quarta volta, deu fim a um grande prêmio para ser esquecido.
Na contramão do insucesso do principal piloto da equipe, o
anfitrião Daniel Ricciardo vinha surpreendendo. Nos treinos, garantiu o segundo
lugar no grid e manteve a posição durante toda a corrida. A torcida da casa fez
grande festa e saudou o australiano como se tivesse vencido a prova. Nada mais
justo para um jovem piloto que conseguia levar um carro cheio de problemas ao
pódio frente ao seu povo.
Conseguia... pois, após a corrida, a FIA investigou e
encontrou irregularidades no fluxo de combustível do carro número 3, que havia
excedido consistentemente o limite de 100kg de gasolina por hora, infringindo
uma das novas regras estabelecidas para temporada 2014.
McLaren volta ao pódio e Ferrari continua sem brilho
Enquanto a Mercedes desponta como favorita, a Williams
promete incomodar e a RBR não sai do lugar, a McLaren finalmente voltou a subir
no pódio após ficar a temporada de 2013 inteira sem alcançar sequer um quarto
lugar. E logo de cara colocou os seus dois pilotos, o dinamarquês e estreante
na categoria Kevin Magnussen e o inglês Jenson Button, para estourar o
champanhe.
Já a mais tradicional equipe do paddock não foi mais do que
uma figurante de grife em Melbourne. Com o quarto lugar de Fernando Alonso e o
sétimo de Kimi Raikkonen, a Ferrari não foi capaz de amedrontar ninguém e
acabou fazendo uma corrida bem discreta. Muito pouco para a escuderia mais
vencedora da história da Fórmula 1 e para dois pilotos tão talentosos e que
carregam o posto de campeões mundiais.