Descendente de italianos, neto, filho e sobrinho de palmeirenses, difícil acreditar que não segui os mesmos passos.
Ainda
pequeno e sem ter noção do que era futebol, vivia sob o apelo de presentes para
decidir o time pelo qual torceria o resto da vida.
Um amigo da
família adorava me trazer camisas do Corinthians e imitar as comemorações do Marcelinho
Carioca a fim de “comprar” minha opção. Meu tio, palmeirense roxo, entrou na
briga e me deu uma camisa do Palmeiras, daquela clássica da Parmalat de 1993/94.
No entanto,
minha decisão foi seguir os passos do meu pai, o único que nunca tentou me
persuadir a torcer pelo seu time do coração, o Santos.
Mesmo decidindo
ser um torcedor do Peixe, grande parte da minha infância foi marcada por festas
e encontros familiares em tons alviverdes. Decisões de campeonatos não faltavam
para nos reunirmos: Campeonatos Paulistas, Brasileiros, Copas do Brasil,
Mercosul, Libertadores, Mundial, Copa dos Campeões...
Muitas vezes
eu ria sozinho das derrotas, outras me sentia bem só de ver a felicidade
estampada no rosto de pessoas tão queridas.
A verdade é
que mesmo torcendo por outro time (e com muito orgulho), o Palmeiras fez parte
da minha vida. Proporcionou muitos momentos de união, alegria e festa dentro de
casa.
Aliás, o Palmeiras
fez e faz parte da vida de todo amante do futebol, inclusive dos rivais.
Afinal, o que seria dos corintianos sem as embaixadinhas do Edilson? E dos
santistas sem aquela virada história na semifinal do Paulistão de 2000? E
são-paulinos sem o golaço de esquerda do Cicinho em pleno Parque Antártica?
Momentos
épicos!
Do mesmo
modo como são inesquecíveis a defesa de Marcos na cobrança de pênalti de
Marcelinho, o Armeration em cima do Santos de Robinho, Ganso e Neymar e o gol
antológico de Alex no Morumbi, com direito a chapéu em Rogério Ceni.
Torcer por
outro time não me tira o carinho nem o respeito que tenho pelo Palmeiras, clube
gigante, vencedor e revelador de craques. O centenário alviverde merecia ser de
outra forma, na briga por títulos, time repleto de ídolos e o novo estádio como
a cereja do bolo, fazendo jus à sua história.
Aos meus
familiares, amigos e toda a torcida que canta e vibra, as minhas congratulações
por essa data tão especial.
![]() |
Time campeão da Taça Libertadores de 1999, contra o Deportivo Cali - COL |